“O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e capacitados a fim de que possam igualmente discipular a outros” (2 Timóteo 2.2)
“Praticar o relacionamento discipulador é hoje como aprender uma ‘segunda língua’ para a maioria dos membros de nossa igreja” (Gilson Breder, citado em Relacionamento Discipulador, da JMN).
Nossa Igreja é rica em recursos humanos, firme doutrinariamente e forte em relacionamentos. Entretanto, detectamos falta de intencionalidade em nossa ação discipuladora. Então, um grupo de 40 membros da Sib, reunidos no Hotel Fazenda Vale Imperial, de 18 a 20 de janeiro de 2019, elaborou este Programa e se dividiu em duplas para praticá-lo pela primeira vez nos quatro meses seguintes, como se fosse um “autobatismo”.
Nosso programa foi delimitado: não é um programa de educação religiosa nem substitui a EBD ou os PGs. Não fazemos discípulos nossos. Somos todos discípulos irmãos e discípulos de Jesus. Nosso alvo é, especificamente, a faixa entre o momento em que uma pessoa demonstra interesse concreto no discipulado até o ponto em que ela inicia o ministério de fazer outros discípulos de Cristo. Por fim, entendemos que esta proposta de programa está aberta a ajustes e aperfeiçoamentos.
- Impacto na vida do discipulador
O envolvimento com o discipulado provavelmente exigirá mudanças em sua agenda, inclusive a eclesiástica. É muito certo que haverá uma redução do envolvimento com as questões administrativas da Igreja, em favor do envolvimento com as questões mais pastorais. Afinal, discipulado é vida na vida; é relacionamento. Hoje, pode acontecer de nos sentirmos satisfeitos quando ajudamos em assuntos do templo, dos equipamentos, das escalas etc, mesmo não ministrando especificamente a uma outra pessoa. Algumas áreas serão, naturalmente, enriquecidas:
Vida devocional pessoal – Sentiremos necessidade de mais conhecimento bíblico e maior intimidade com o Senhor.
Evangelização e Discipulado um a um – Perceberemos a beleza de fazer evangelização, levar pessoas a Cristo, ajudar na transformação do caráter e na busca da maturidade cristã. É bastante recomendável fazer o Curso de Evangelização que a Igreja oferece, mesmo que você já se sinta capacitado para a tarefa.
Pequenos Grupos e EBD – Estaremos envolvidos nos PGs com olhos e coração de garimpeiros espirituais. Com certeza, seremos líderes ou auxiliares nos pequenos grupos e nas classes de EBD.
Culto público – Adoraremos com outra intensidade. O culto congregacional será nosso momento de reabastecimento e conforto; também de colheita, ao observarmos nossos discípulos se envolvendo com o Reino de modo mais concreto.
Intercessão – Com maior envolvimento em funções pastorais, os discipuladores estarão mais conscientes da importância de fazer e mobilizar intercessão.
Companheirismo e prestação de contas – Se a obrigação de prestar contas a um superior parece algo empresarial, desejar prestar contas é algo muito bíblico. É necessário que os discipuladores mantenham algum sistema de prestação de contas e de validação de encaminhamentos sensíveis. Isso pode ocorrer através de relatórios voluntários aos pastores ou a um discipulador irmão. Vamos querer trocar experiências com quem também faz discipulado intencionalmente, sempre respeitando o valor do sigilo das informações pessoais que nos forem confiadas . Estaremos interessados também em novos recursos didáticos. À medida que mais pessoas se envolverem com o Programa de Discipulado intencionalmente, a Igreja, naturalmente, voltará ser mais parecida com um conselho de discipuladores. De qualquer modo, tenha um discipulador irmão e reúna-se com ele regularmente para discutir melhores formas de discipular outros e não deixe que o aconchego da amizade ofusque a objetividade dessas reuniões.
- Base bíblica de “vida na vida” (Pr. Rainerson Israel)
Em toda a Bíblia há uma clara orientação para que os que seguem a Deus cuidem dos que possam continuar a obra iniciada. Deus disse que Moisés, símbolo da Lei, deveria “fortalecer e encorajar” Josué, pois este iria continuar liderando o povo para a Terra Santa. (Dt. 3.28). Com profetas também foi assim; Elias, símbolo dos profetas, faz a transição para Eliseu, por exemplo (2 Rs. 2.1-15).
No Novo Testamento, o conceito de discipulado como relacionamento – vida sendo passada para outra vida – ficou muito mais claro: “Jesus chamou aqueles que quis…para que estivessem com ele” (Mc. 3.13-14) , ou seja, “para ficarem perto dele”. Jesus dedica muito tempo de sua curta vida a esses discípulos (Mc. 4.10, Mc. 5.37 e 9.2).
Por fim, Jesus institui o discipulado, ordenando que cada um faça novos discípulos do Senhor (Mt. 28.19,20), o que foi observado pela Igreja (2 Tm 2.2). Observe o exemplo de Ananias, que discipulou Paulo, que, por sua vez, discipulou Lucas, que, por sua vez, discipulou Teófilo.
O apóstolo Paulo sistematizou grande parte do Novo Testamento, plantou e confirmou muitas igrejas (I Ts. 1.1-10; Gl. 3.1-3; Gl. 4.19). Ele ilustra bem o discipulado. Ele (1) comunicava, enviava cartas; acreditava que a (2) oração era fator ministerial; ele orava e pedia orações por aqueles a quem estava ministrando intencionalmente e enfatizava o poder do (3) exemplo pessoal.
Em João 21, vemos o que pode ser chamado de “O Padrão Jesus” para o discipulado: Jesus Chama, Congrega, Confronta, Comissiona e Confirma. Observe:
Jesus chama:
- Jesus apresentou-se na praia, 4;
- Vinde, comei, 12
Jesus congrega:
- tendes alguma coisa de comer, 5;
- Logo que desceram para terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão, 9;
- Trazei dos peixes que agora apanhastes, 10
- E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos, 14;
Jesus confronta:
- Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me, 17
- Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu, 22
Jesus comissiona:
- Lançai a rede para o lado direito do barco, 6
- Apascenta os meus cordeiros, 15
Jesus confirma:
- Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes. Apascenta os meus cordeiros, 15
- A Igreja e o Programa de Discipulado
A Sib Petrópolis está celebrando 70 anos, e seria quase ingênuo imaginar que somente agora faremos discípulos. Se chegamos a 700 membros e se plantamos seis novas igrejas, é claro que fazemos discipulado. E Deus nos abençoou muito. Se discipulado pode ser resumido como vida na vida, isso não nos faltou ao longo dessas décadas. Mas não podemos deixar de perguntar também: quantos deixaram de ser discipulados? Quantos dos atuais membros não aprenderam e não estão fazendo discípulos? Como quase em tudo, podemos ser mais objetivos e fazer ainda melhor.
Até hoje | A partir de hoje |
Os membros não conseguem descrever uma trilha do discipulado, passo a passo. | Cada membro da Igreja é capacitado a ter clara, em sua mente, a trilha do discipulado e desenvolve relacionamentos com o objetivo de seguir esta trilha com outros discípulos. |
A Igreja é forte em relacionamentos espontâneos e fraca em intencionalidade, em conversas essenciais para o discipulado. | A Igreja continua forte em relacionamentos espontâneos, mas desenvolve uma nova cultura de conversas essenciais para o discipulado. |
Os líderes ficam sobrecarregados com o trabalho do discipulado. | Os líderes ocupam-se preferencialmente da capacitação e do acompanhamento dos discipuladores. |
Cada novo convertido é acompanhado por por toda a Igreja. | Cada interessado no discipulado é acompanhado por um discipulador específico. |
O discipulado é realizado principalmente em uma sala de aula, no templo, no domingo, de modo formal. | O discipulado é realizado principalmente fora do templo, durante a semana, informalmente. |
O acompanhamento dos novos convertidos objetiva, basicamente, o batismo. | O discipulado começa com um interesse concreto no Programa e termina quando o discípulo passa a também discipular. |
O programa de discipulado não tem um prazo definido, favorecendo a falta de objetividade e intencionalidade. | Uma referência de quatro meses é estabelecida. Mesmo que possa ser prolongada, permanece clara a ideia de conclusão de um processo. |
- Uma faixa objetiva
O discipulado pode ter uma definição bem ampla, incluindo tudo que ocorre para preparar uma pessoa para o Evangelho e tudo que ocorre depois que ela passa a discipular outros. O discipulado pode ser entendido como uma obra de todo o Reino, que utiliza muitas pessoas e muitas experiências durante toda a vida.
Entretanto, como nossa Igreja deseja reforçar a intencionalidade na ação discipuladora, uma definição didática fica assim estabelecida:
- Discipulado é uma amizade entre duas pessoas, em torno da Bíblia, com preocupações pastorais, guiada por um roteiro feito sob medida para cada discípulo em encontros semanais durante quatro meses (que poderão ser prolongados); iniciado quando um interesse é concretamente detectado, e concluído quando o discípulo acompanhado começa a discipular.
- Um Roteiro à luz do padrão Jesus (5 Cs)
Podemos fazer o discipulado usando apenas um livro da Bíblia, o Evangelho de João, por exemplo. Sempre haverá ganho em estudar a Bíblia. Entretanto, o Programa de Discipulado da Igreja não visa substituir a EBD, nem o estudo individual da Palavra. Nosso propósito é tratar os pontos que ainda não foram assimilados ou não são praticados pelo discípulo. Por exemplo, um antigo membro da Igreja pode ter problemas específicos com certeza de salvação ou com entrega de dízimo. A ideia é detectar e tratar o que impede ou diminui a velocidade da caminhada de cada discípulo. Um roteiro para os encontros semanais pode ajudar bastante e, quanto mais completo e personalizado, melhor. Observe a sugestão a seguir, ajudando o discípulo a escolher os temas entre os listados abaixo. Com a sua experiência, sugira a inclusão de novos temas ou recursos. Uma advertência: não evite um tema apenas porque causaria constrangimento ou quando você não se sentir capacitado. Busque ajuda com o pastor quando necessário.
Temas sugeridos | Recursos disponíveis |
Jesus ChamaCristo nos chama para segui-lo, para tomar uma decisão de vida, para viver a conversão. Então, nos chama todos os dias para intimidade com Ele, para oração e consagração (Mt. 9.9; Dn. 6.10). | |
Ouvir e discutir o sermão: Deus fala hoje – 31 min. | Deus fala hoje |
Rotinas de estudo da Bíblia | Vídeo 7 inimigos da vida devocional |
Como orar (adorar, interceder, confessar, pedir e refletir) | Livro Como Desenvolver uma vida poderosa de oração |
Certeza de salvação, identidade como filho eterno de Deus e livre arbítrio, fé e obras | Livro Salvo, Seguro e Transformado. Se necessário, destacar os capítulos em mais de uma reunião |
Ouvir e discutir o sermão: Mudança de Curso – 33 min. (especialmente para quem não é batizado) | Mudança de Curso |
O Espírito Santo na vida do crente | |
Jesus CongregaCristo nos congrega numa família de fé, a Igreja (At. 2.46). | |
Ouvir e discutir o sermão: Assembleia Solene – 42 min. | Assembleia Solene |
Batismo e Ceia do Senhor | |
Como melhor participar dos Pequenos Grupos | |
Entrega de dízimos | |
Envolvimento na Igreja, pertencer, os dons do Espírito | Trate os dons espirituais como concessão do Espírito para a Igreja. Deixe a questão dos dons específicos do discípulo para quando tratar do tema “Jesus Comissiona” . Estudar I Cor. 12. |
Doutrinas batistas | Declaração de Fé da CBB |
Jesus ConfrontaNão há cristianismo sem transformação. Todo o tempo, Cristo molda nosso caráter na oficina do oleiro (Lc. 7.40-47). | |
Ouvir e discutir o sermão: Jesus Confronta – 25 min. | Jesus Confronta |
Ouvir e discutir o sermão: Um andar digno – 22 min. | Um andar digno |
Disciplina na prática devocional | Capítulo do livro Como Desenvolver uma vida poderosa de oração |
Motivação para seguir a Cristo: atitudes, orgulho, falta de fervor | Capítulo do livro Retorno à Santidade |
Purificação da mente e coração | Capítulo do livro Retorno à Santidade |
Disciplina da língua, da palavra | Capítulo do livro Retorno à Santidade |
Relacionamentos que glorificam a Deus | Capítulo do livro Retorno à Santidade |
O perigo da ação e da omissão | Capítulo do livro Retorno à Santidade |
Autocontrole e hábitos | Capítulo do livro Retorno à Santidade |
Arrependimento e Quebrantamento Completos | Capítulo do livro Crucificado com Cristo |
Causas do adiamento da obediência completa | Capítulo do livro Crucificado com Cristo |
Sabedoria para a rotina (disciplina, controle das finanças, persistência etc) | |
Jesus ComissionaNinguém sai de um encontro com Cristo sem algo para ser feito. Todos somos chamados a servir e a fazer novos discípulos de Jesus (Is. 6; Jo. 20.21). | |
Ouvir o sermão: “Apascenta minhas ovelhas” – 39 min | Apascenta minhas ovelhas |
O Programa de Discipulado da Igreja | Ler todo este documento e destacar especialmente como elaborar, em parceria com o discípulo, um roteiro personalizado para 16 reuniões. |
Testemunho pessoal e conduzir outros a Cristo | |
Meus dons espirituais específicos | |
Jesus ConfirmaCrentes precisam de estímulos e encorajamento até que as circunstâncias deixem de prejudicar a fé e o ministério de fazer novos discípulos (2 Ts. 2.17). Nosso alvo é a maturidade e a santificação. | |
Ouvir e discutir o sermão: A cadeira de Deus (Bill Hybels) | A cadeira de Deus (Bill Hybels) |
Ouvir e discutir o sermão: O Deus dos detalhes – 41 min | O Deus dos detalhes |
Parceiros de Intercessão | Capítulo do livro Como Desenvolver uma vida poderosa de oração |
Entrega diária, submissão a Deus, desapego ou renúncia | Capítulo do livro Crucificado com Cristo |
(*) os livros estão disponíveis na Livraria da Igreja
- O processo de seleção para o Programa
Você dedicará quatro meses a uma pessoa e precisa acertar na seleção. No caso do jovem rico que procurou a Jesus, observa-se que chamar Jesus de “Bom Mestre” e demonstrar conhecimentos bíblicos foi suficiente para ele receber o convite para o discipulado, mas o discipulado propriamente dito não foi iniciado. O compromisso precisa ser demonstrado. O candidato ao Programa de Discipulado deve estar frequentando a Igreja e estar participando de um Pequeno Grupo.
Outros pontos serão também observados:
- Precisa ser do mesmo sexo
- Pode ser antigo ou novo na Igreja
Fique atendo para “garimpar” discípulos muito interessados. Os melhores ambientes são os Pequenos Grupos. Se a pessoa foi à Igreja ou ao PG, isso já significa uma demonstração de interesse. Se ela retorna, mais ainda. Em todo o tempo, esteja pensando em quem tem potencial para entrar no Programa; fique atento tanto aos seus relacionamentos, às suas redes sociais, quanto às pessoas novas na Igreja, especialmente aquelas que você está evangelizando:
“É natural que as pessoas queiram ser discipuladas pela pessoa que as ajudou a compreender o Evangelho em primeiro lugar”
(Diogo Carvalho – Relacionamento Discipulador, JMN, p. 143)
Muitas vezes será mais conveniente esperar um pouco mais ou encaminhar a pessoa para outro discipulador. Seja firme na seleção.
- O Convite para iniciar uma caminhada de quatro meses
Chegou a hora de começar, seja porque alguém pediu com ênfase, seja porque a Igreja encaminhou um nome para você discipular ou porque você sentiu de Deus o desejo de caminhar com alguém a trilha do discipulado. Um convite explícito deve ser feito. No convite, você vai deixar clara toda a ideia do Programa, que tem começo e fim, possui muitas vantagens e exige de ambos um compromisso. Caso tenha sido detectada a falta de algum detalhe, é preciso estabelecer uma condição. Por exemplo: o discípulo pode ter o perfil, mas ainda não estar participando de um PG. Então, é necessário dizer-lhe: “Olha, vamos começar assim que você estiver participando do PG”. É muito importante que se comece com clareza, honestidade e firmeza.
Convite aceito, a primeira reunião será marcada, para ouvir muito a história de vida um do outro e para estabelecer, juntos, o Roteiro a ser observado durante quatro meses.
- O ponto da caminhada de cada discípulo
Trate o discípulo “como adulto”. Ele não é uma tábua virgem. Ele vem com experiências. Em algumas áreas, experiências melhores que as suas. Aqui também se aplica a máxima: “Faça com ele o que você gostaria que fizesse com você”
Imagine uma nutricionista examinando os laudos dos exames para receitar uma dieta para uma paciente; imagine um personal trainer perguntando “Está doendo?” ao desafiar seu aluno a exercícios mais pesados; imagine o apóstolo Paulo chegando à cidade de Éfeso:
E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos,
Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João.
Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. Atos 19:1-5
- Ouça muito;
- faça as perguntas certas. Use questionários. Tenha um questionário mental. (Veja exemplo no final ou o formulário “Ponto de Partida”: https://goo.gl/forms/onOQqo66hxbvye8P2);
- Lembre-se do padrão de Jesus: chame, confronte, congregue, comissione e confirme.
- Um roteiro individualizado
Há muitas opções de roteiro de discipulado nas livrarias e na Internet, tanto para a parte inicial, chamada de evangelização e integração, como para a caminhada até que se torne também um discipulador; tanto para a trilha padrão como para necessidades específicas que forem detectadas em cada discípulo.
- Para a primeira parte do discipulado, que podemos chamar de básica, sugerimos o material do pastor Daniel Ventura. Observe outro exemplo, agora da PIB de Curitiba;
- Escolha algum material de auxílio para cada um dos 5Cs, seja para repassar rapidamente, seja para trabalhar detidamente. Ao detectar, por exemplo, uma questão significativa no caráter, nos hábitos de administração financeira ou na compreensão da doutrina da salvação, será necessário gastar mais tempo ali.
- É perfeitamente possível fazer todo o discipulado usando exclusivamente a Bíblia.
- O Discipulado e os Pequenos Grupos
Em nossa Igreja, Pequeno Grupo (PG ou PGM) são reuniões semanais de oito a 16 pessoas, sob a liderança de um facilitador e auxiliares, preferencialmente em casas, com o propósito de promover relacionamentos e de gerar multiplicação. Quando o número se consolida na casa de 16 frequentadores, cerca da metade multiplica-se em um novo PG, sob a liderança de um dos auxiliares, preferencialmente dentro de 12 meses. A capacitação e o encorajamento dos líderes e auxiliares serão oferecidos pela Igreja mensalmente.
- Discipulado nos dias da Internet Plena
“Conhece-se uma pessoa não pelo que ela lê, mas pelo que ela recomenda” (???)
Estamos entrando na era da Internet plena, acessível a praticamente todos, o tempo todo. Já se pode vislumbrar a Internet das coisas (geladeiras, fechaduras e lâmpadas etc controladas pela Internet no celular). Qual é a relação disso com o discipulado?
“Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos” continua sendo o resumo da Lei. O Senhor Jesus acrescentou três novas ênfases, resultado da graça da Cruz: Estar juntos (Igreja), fazer discípulos (missões) e esperar a manifestação do Reino (o Parácleto e a segunda vinda do Rei).
Se no passado uma pessoa demonstrava sua fidelidade com o oferecimento de sacrifícios e a observância das festas, por exemplo; se a igreja primitiva se reunia todos os dias, no templo e nas casas, e tinha tudo em comum; hoje em dia, como podem ser percebidos a fidelidade de coração e o envolvimento com os assuntos do Senhor? Eis alguns exemplos que também revelam comprometimento do discípulo:
Jesus Chama:
- O convertido declara sua fé e seu amor por Cristo em suas redes sociais;
- O discípulo usa o Google Docs como seu Diário de Orações;
- O discipulador descobre um interessado no Evangelho a partir de uma curtida que ele fez numa publicação da Igreja e inicia uma conversa intencional;
- O discipulador mantém uma lista de transmissão no WhatsApp com possíveis futuros discípulos e envia links como www.suaescolha.com periodicamente, buscando, depois, um feedback;
- O discipulador procura bons textos e vídeos em sites como www.yesheis.com pensando nas necessidades de seus discípulos.
Jesus Congrega:
- A pessoa faz voluntariamente o seu cadastro no site da Igreja;
- O discípulo está no grupo de WhatsApp do PG;
- Alguém acompanha diariamente a postagem da Igreja no Aplicativo e compartilha o sermão do pastor semanalmente;
- Dois discípulos seguem, juntos, um plano de leitura bíblica sugerido pelo You Version.
Jesus Confronta:
- O discipulador envia ao discípulo textos, vídeos e imagens que questionam maus hábitos e estimulam uma vida piedosa em Cristo;
- O discipulador seleciona para seu discípulo sermões no YouTube, Spurgeon, por exemplo, e remete os links. Depois, solicita um feedback;
- Os dois discípulos resolvem ver, juntos, o filme “O Quarto de Guerra” em uma das suas reuniões semanais.
Jesus Comissiona:
- O discípulo mantém uma lista de pessoas com as quais está trabalhando, visando a um futuro discipulado, através do Cartão Alvo de Oração no aplicativo da Igreja;
- Ao ouvir um sermão que lhe falou ao coração, compartilha o link do Youtube com um amigo que precisa encontrar a Jesus;
- O discipulador seleciona com cuidado quais páginas seguir no Facebook, no Instagram e no Youtube, consciente de que seus seguidores estão observando e sendo também influenciados;
Jesus Confirma/Conforta:
- Ao perceber que o discípulo está enfrentando uma dificuldade, o discipulador usa o Facetime ou WhatsApp para encorajamento do discípulo irmão;
- O discipulador tem uma playlist no Spotify e encaminha link de músicas apropriadas para o momento que vive o seu discípulo;
- Ponto de Chegada: Capacitar para multiplicação
Conscientize de que o objetivo do Programa é que cada discípulo também discipule outros. O novo discipulador, quando começar a discipular outro, provavelmente precisará de ajuda na seleção, na criação do roteiro e em situações mais difíceis. Certamente, você será a pessoa de quem ele primeiro vai se lembrar quando quiser pedir ajuda. Procure, também, envolver seu discípulo irmão no círculo de discipuladores e faça sugestões para que ele dê continuidade no crescimento em Cristo.
Peça que ele preencha o formulário “Ponto de Chegada”: https://goo.gl/forms/WSZgC3g1akztBeau2
Apêndice 1
Casos para debate (em trios)
Como atuar em cada um destes casos?
Jesus Chama: Gabriela é membro da Igreja “desde sempre”. Ela canta no louvor e é querida por todos. Sua animação é contagiante. De tanta insistência de uma amiga, Gabriela aceitou ir a um Congresso onde teria uma oficina sobre evangelização. Nesta oficina, o facilitador pediu que Gabriela contasse como foi sua experiência de conversão. Ela ficou petrificada. Não tinha ideia do que realmente significava isso.
Jesus Chama (2): Marcelo é membro da Igreja, tenta participar sempre da EBD, é atuante nos cultos e se sente bem no PG, porém numa das pregações percebeu que suas experiências com Deus são escassas e sentiu desejo de buscar mais a Deus a partir da renovação de sua vida devocional. Nas primeiras semanas, teve muita dificuldade no compromisso diário. Na verdade, a procrastinação faz parte de sua rotina.
Jesus Congrega: Roberto aceitou participar do programa de discipulado, mas acha muito difícil participar ativamente dos PGs e dos Cultos. Pouca gente na Igreja conhece o Roberto. Ele tem muito dinheiro e vive viajando. Até gostaria de convidar o pastor para ir à sua casa, mas é difícil achar uma brecha na agenda. É um dos caras mais inteligentes que eu já conheci, mas não faz nada na Igreja.
Jesus Congrega (2): Karina tem 35 anos, é tímida, solteira e crente desde os 15; não falta aos cultos, sentando-se sempre nos últimos bancos. Um dos poucos amigos na igreja insiste com ela para que participe do PG, mas ela nunca vai, embora pareça gostar da ideia.
Jesus Confronta: Ao que tudo indica, Francisco realmente viveu uma experiência genuína de conversão a Cristo. Acontece que ele é um agiota. Ele vive disso e não sabe fazer outra coisa. Agora, ele sente que precisa parar, mas sua esposa não quer nem falar no assunto, pois percebe que sua vida confortável não será mais a mesma.
Jesus Confirma: Margarida é uma crente fiel e líder do ministério de teatro na Igreja. A morte do filho único, entretanto, abalou a fé dela. Está pensando em deixar tudo e tirar um tempo só para si. Acha que não deve participar de nada na Igreja porque está triste e não “quer ser uma hipócrita”. Nem mesmo orar ela está conseguindo.
Conclusão
Desejamos uma geração de membros que fazem novos discípulos pessoalmente, de modo objetivo e mensurável, respeitando a cultura e os recursos da Sib Petrópolis. Definimos trilha e vamos segui-la pessoalmente; depois, percorreremos a mesma trilha com outros e os ensinaremos a fazerem o mesmo. Imaginamos que nossa tarefa não será fácil, mas extremamente necessária.
- “Não é pesado, é meu irmão”
- Os mais capazes devem ser empregados no pastoreio
- Juntos, ajudemos a melhorar este Programa
Apêndice 2 – um exemplo de planejamento dos encontros
Apêndice 3
Veja exemplos de perguntas para detectar o estágio em que o discípulo se encontra na trilha do desenvolvimento cristão (retiradas de texto da PIB de Curitiba):
1. Por que você deseja ser batizado?
2. Conte como foi que você entregou a vida a Jesus como o seu Senhor e Salvador.
3. O que é a Bíblia? Como podemos usá-la para nosso crescimento espiritual?
4. O que é a oração?
5. Você tem certeza da sua salvação? Se sim, como você tem certeza?
6. Assinale o que está correto:
Eu devo ter medo da morte.
Eu posso perder a salvação.
A salvação é para sempre.
Todos são salvos, afinal, todos são filhos de Deus.
7. Quando você foi batizado no Espírito Santo?
Quando aceitei a Jesus.
Ainda não fui. Serei quando me batizar nas águas.
Ainda não fui. Serei quando eu buscar mais a Deus.
Nunca serei. Minha igreja não permite esse tipo de coisa.
8. O que são dons? Qual é o seu dom? Como pretende utilizá-lo?
9. Você é santo? Explique. Para respo Introdução Para Responder
10. Você acha importante ir à igreja? Por quê?
11. O que é a Igreja? Ela é formada por quem ou pelo quê?
12. O batismo nas águas salva? Explique.
13. Qual é seu estado civil?