A Covid da religião

Segunda Igreja Batista em Petrópolis

A religião também tem a sua Covid, com suas cinco cepas, todas altamente contagiosas. O Senhor Jesus combateu este vírus com força e nos alertou para termos cuidado com ele.

Controle. Os fariseus e os líderes da Lei não podiam aceitar que Jesus permitisse que os discípulos comessem sem lavar as mãos (Mateus 15.2). Queriam controlar as práticas religiosas, morais e, até, de higiene. Na melhor das hipóteses, estão me tratando como uma criança pequena. Os fariseus são os separados, os “santinhos”, os fechados em si mesmos e estão seguros de que não são cegos. Toda vez que vejo gente tentando controlar o que eu faço, acendo uma luz amarela. 

Omissão. Uma outra cepa do vírus – observe seu estranho comportamento – é ainda mais perigosa. Os fariseus desobrigam seus seguidores dos compromissos para com o Senhor e o próximo. A Palavra diz que temos que honrar os nossos pais, mas a tradição dos anciãos desobrigava aqueles que usavam os recursos como ofertas (Mateus 15.5). Sim, quando me acho um especialista, sinto que tenho o poder para anular ou relativizar quando o assunto é a obediência absoluta aos mandamentos de Deus. 

Vaidade. Se não fui contaminado por uma dessas duas cepas, dificilmente escaparei da terceira, a saber, uma  avaliação exagerada de mim mesmo. Os fariseus questionaram o Rei de toda a Terra com aquela voz rouca e arrogante: “Por que seus discípulos não obedecem à tradição dos anciãos?” (Mateus 15.2). É muito fácil eu me achar melhor que os outros porque eu não fumo, não bebo, entrego o dízimo e vou à Igreja. 

Imitação. Impressionante a habilidade de enganar que o vírus tem. Ele se passa por discípulo, beija o Mestre, ao tempo que trabalha para o matar. Jesus chamou os fariseus de hipócritas (Mateus 15.7), porque faziam o papel de devotos, de evangelistas, de santos. Era importante para eles que todos os vissem como apaixonados por Deus. O problema é que Jesus vê o coração. 

Desculpas. A última cepa da Covid da religião é quase imbatível.  No texto paralelo de Marcos, Jesus disse aos fariseus “Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira para pôr de lado os mandamentos de Deus” (Marcos 7:9). As desculpas são uma película que protege o vírus contra a ação do Espírito Santo. Afinal, se eu não tenho consciência de estar contaminado ou se sou assintomático, posso andar por aí, até mesmo nas igrejas, contaminando outros.

Juracy Bahia

Um comentário

  1. Elisangela disse:

    Esse sermão tem sido marcante.

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