Encontramos a história do paralítico que é levado a Jesus por quatro amigos em Marcos 2, Lucas 5 e Mateus 9. Foi em Cafarnaum, cidade considerada como o quartel general de Jesus e onde morava o apóstolo Pedro.
A fé deles foi destacada por Jesus, assim como o foi a fé da mulher com fluxo de sangue (Lc 8.43), a do centurião (Mt. 8.5), também em Cafarnaum, e da mulher siro-fenícia (Mc. 7.26). A casa onde Jesus estava ensinando estava tão cheia que eles não conseguiam entrar com o paralítico. Subiram ao telhado e fizeram um buraco no teto, por onde desceram o amigo, na expectativa de Jesus o curar. E não deu outra, além de ser curado e perdoado, Jesus registra um grande elogio ao tipo de fé que demonstraram: “vendo a fé deles, disse…”.
Certamente era uma fé que se somava. A fé de cada um deles, do paralítico e dos seus quatro amigos foi somada uma à outra. Isto acontece muito na fé cristã: fé colegiada, fé que se conjuga com amizade. O próprio Senhor disse que se concordarmos a respeito de algum pedido, o Pai nos atenderia. Vivemos isso na Igreja. Pedro estava na prisão, mas a Igreja estava unida em oração, e um anjo foi enviado para livrar Pedro. E Jesus disse isso foi no contexto do ensino sobre perdoar a pessoa que nos ofende (Mt. 18.19). Não foi à toa que Jesus perdoou os pecados do paralítico antes mesmo de o curar. Quando foi que entrei em concordância com toda a minha Igreja em torno de algo? Não seria este o maior problema da Igreja hoje, falta de conjugação de fé com unidade e amizade, resultando em perdão?
Os amigos tinham uma fé que operava, que fazia. Thiago vai enfatizar que a fé precisa ser operosa e não apenas de palavras. Eles não se orgulhavam porque iam à Igreja, liam a Bíblia e faziam orações. Eles pegaram a pessoa que precisava de ajuda, colocaram nos ombros e pegaram estrada em busca de solução. Quando foi que subimos o “telhado” para levar alguém a Cristo?
Os cinco amigos tinham fé que se rendia ao poder de Deus. Depois de tanto trabalho, o paralítico estava, finalmente, aos pés de Jesus, olhando para Jesus e esperando. Jesus olhou para ele e olhou para quatro rostos no teto, também esperando. Eles não esperavam especialistas, esperavam a manifestação do poder de Deus. Acreditavam que Jesus Cristo podia destravar o amigo. No caso, era um travamento físico, mas se eu fosse escrever um livro sobre esses quatro amigos, eu exploraria o simbolismo que isso pode ter. Todos nós acreditar Cristo pode nos fazer soltos, libertados, liberados. Estamos cheios de medos, preconceitos, razões que nos prendem. Temos Paulo com seus dogmas, Pedro com seu temperamento e o jovem rico com seu apego ao dinheiro. Qual é o meu e o seu travamento? O que nos impede se ser o que nascemos para ser?
Eles demonstram uma fé que coopera com a missão de Jesus Cristo: perdoar pecados e ensinar o Reino. Na verdade, aqueles amigos prepararam a mesa para Jesus operar. O gesto deles foi usado, também, para Jesus confrontar e ensinar os religiosos duros que estavam na sala. Esses cinco amigos fizeram trabalho de assistente de Deus, foram como que estagiários de anjo. Todo aquele que retira o que impede uma pessoa de ir a Cristo faz trabalho de anjo. Antes de Deus usar um sermão, ele usa pessoas que retiram pedras no caminho entre o coração do pecador e os pés de Jesus. Ai daqueles que colocam pedras nesse caminho, que causam escândalos. Felizes os que aproximam pessoas da salvação que há em Cristo. Jesus estava iniciando o seu ministério. Que impacto a fé destes cinco amigos causou em todo o ministério de Jesus?
Por fim, uma fé que desdobra em mais glória para Deus. O texto não registra os nomes desses cinco amigos, mas informa que todos glorificavam a Deus pelo ocorrido. Posso imaginar os cinco caminhando de volta para casa com um sorriso no rosto, lembrando e comentando a alegria de terem dado a deixa para Jesus agir e ser reconhecido.Por isso que Jesus deu a entender que a cura da paralisia era algo menor diante do que estava acontecendo ali. Tudo porque cinco amigos tinha uma fé que mereceu ser destacada por Cristo.